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2012 - Livro Vermelho 2013

Acianthera aphthosa (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-04-2012

Criterio:

Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Acianthera aphtosa é uma espécie que ocorre em ambientes de Mata Atlântica nos Estados do Sul e Sudeste do Brasil entre 250 e 1450 m de altitude. Possui uma EOO de 394.358,54 km². É considerada comum na Serra do Japi, no Estado de São Paulo (Pansarin; Pansarin, 2008) e no Cinturão Verde do Município de Santa Cruz do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, uma área protegida (Ribeiro et al., 2006). Apesar da espécie ocorrer em áreas de grande interferência antrópica, é encontrada em diferentes tipos florestais e apresenta uma distribuição ampla. Desta forma, A. aphtosa é uma espécie Menos preocupante (LC). Porém, maiores estudos populacionais e de exploração poderão futuramente levá-la a uma nova avaliação.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Acianthera aphthosa (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase;

Família: Orchidaceae

Sinônimos:

  • > Humboldtia foetens ;
  • > Pleurothallis aphthosa ;
  • > Pleurothallis ciliata var. abbreviata ;
  • > Pleurothallis foetens ;
  • > Pleurothallis macrophyta ;
  • > Pleurothallis pelioxantha ;
  • > Specklinia aphthosa ;
  • > Acianthera foetens ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Esta espécie apresenta como particularidade a estrutura da inflorescência, que é alongada próximo à base e torna-se encurtada no ápice. Assim, as flores basais em relação ao eixo da inflorescência são afastadas umas das outras e têm pedicelos claramente formados, enquanto as situadas no ápice são sésseis e surgem de um único ponto. Descrita em 1838 como Pleurothallis aphthosa, foi sinonimizada com A. aphthosa em 2001 (Gonçalves; Waechter, 2011).

Dados populacionais

Foram encontrados 20 indivíduos em uma área de 30 ha no Corredor Araucária de Biodiversidade, Paraná.Foi observado apenas 1 indivíduo em uma área de 30 hectares em Capela do Calvário, município de Campo Mourão, PR (Geraldino et al., 2010).

Distribuição

A espécie é endêmica do Brasil, ocorrendo na Mata Atlântica, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Barros et al., 2011).Porém Gonçalves e Waechter (2011) afirmam que a espécie é encontrada em duas áreas disjuntas: do México até a Bolívia e de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul.A espécie foi coletada em uma comunidade Guarani no departamento de Eldorado, na província de Missiones, no estremo norte da Argentina, quase divisa com o Brasil (Keller; Clifford; Araujo, 2010). De acordo com Ribeiro, Köhler e Boelter (2006), a faixa altitudinal de ocorrência da espécie é entre 250 e 1.450 m

Ecologia

Gonçalves e Waechter (2003), em levantamento de epífitas vasculares sobre figueiras isoladas, categorizaram a espécie como holoepífita habitual e classificaram seus diásporos como diminutos. A espécie foi observada predominantemente nas copas das árvores (Geraldino et al., 2010). Segundo Ribeiro, Köhler e Boelter (2006), a espécie exala um odor fétido característico, fazendo com que muitas moscas sejam atraídas. Gonçalves (2005) caracterizou a espécie como erva cespitosa (crescendo em touceiras), epifítica, 5,5 - 35,0 cm de altura.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Em virtude de sua localização, entre dois grandes centros (Campinas e São Paulo) e circundada por regiões densamente povoadas,a Serra do Japi vem sofrendo, ao longo de praticamente toda sua extensão, grande interferência por ação antrópica. As florestas mesófilas estacionais semidecíduas estão sendo devastadas no interior do estado de São Paulo,muitas vezes pelo avanço de lavouras de cana-de-açúcar (Pansarin; Pansarin, 2008)

1.4.6 Dam
Detalhes A mata ciliar do estreito de Augusto César, área de ocorrência da espécie, foi encoberta com o reservatório da Usina Hidroelétrica de Itá (Rogalski; Zanin, 2003)

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada Criticamente Ameaçada (CR) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

4.3 Corridors
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre no Corredor Araucária de Biodiversidade, no Estado do Paraná (Bonnel, Lavoranti; Curcio 2009).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Cinturão Verde do Município de Sant Cruz do Sul. De acordo com Alves e Colischonn (2001) apud Ribeiro, Köhler; Boelter (2006) este local trata-se de uma área de preservação permanente com cerca de 465 ha.

Usos

Referências

- PANSARIN, E.R.; PANSARIN, L.M. A família Orchidaceae na Serra do Japi, São Paulo, Brasil. Rodriguésia, v. 59, n. 1, p. 99-111, 2008.

- GONÇALVES, C. N.; WAECHTER, J. L. Epífitos Vasculares sobre Espécimes de Ficus organensis Isolados no Norte da Planície Costeira do Rio Grande do Sul: Padrões de Abundância e Distribuição. Acta Botânica Brasileira, v. 16, n. 4, p. 429-441, 2002.

- BONNEL, A.; LAVORANTI, O. J.; CURCIO, G. R. Epífitos Vasculares no Corredor de Biodiversidade Araucária, Bacia do Rio Iguaçu, Paraná, Brasil. Cadernos da Biodiversidade, v. 6, n. 2, p. 49-70, 2009.

- FERREIRA, A. W. C.; LIMA, M. I. S.; PANSARIN, E. R. Orchidaceae na Região Central de São Paulo, Brasil. Rodriguésia, v. 61, n. 2, p. 243-259, 2010.

- CÉZAR NEUBERT GONÇALVES. Estudos Taxonômicos, Morfológicos e Biogeográficos em Acianthera (Orchidaceae). Tese de Doutorado. Porto Alegre, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

- GONÇALVES, C. N.; WAECHTER, J. L. Aspectos Florísticos e Ecológicos de Epífitos Vasculares sobre Figueiras Isoladas no Norte da Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Acta Botânica Brasileira, v. 17, n. 1, p. 89-100, 2003.

- ROGALSKI, J. M.; ZANIN, E. M. Composição Florística de Epífitos Vasculares no Estreito de Augusto César, Floresta Estacional Decidual do Rio Uruguai, RS, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 26, n. 4, p. 551-556, 2003.

- GIONGO, C.; WAECHTER, J. L. Composição Florística e Estrutura Comunitária de Epífitos Vasculares em uma Floresta de Galeria na Depressão Central do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Botânica, v. 27, n. 3, p. 563-572, 2004.

- RIBEIRO, M. F.; KÖHLER, A.; BOELTER, C. R. Polinizacão de Acianthera aphtosa (LINDL.) Pridgeon & M. W. Chase (Orchidaceae) por Otitidae (Diptera). Revista da FZVA. Uruguaiana, v. 13, n. 2, p. 85-89, 2006.

- GERALDINO, H. C. L.; CAXAMBÚ, M. G.; SOUZA, D. C. Composição Florística e Estrutura da Comunidade de Epífitas Vasculares em uma Áera de Ecótono em Campo Mourão, PR, Brasil. Acta Botânica Brasiliensis, v. 24, n. 2, p. 469-482, 2010.

- KELLER, H. A.; JORGE, V. C.; ARAÚJO, J. The Diversity and Sustainability of Ornamental Plants Traded by Guarani Communities of Misiones Province, Argentina. Bonplandia, v. 19, n. 2, p. 135-146, 2010.

- GONÇALVES, C. N.; WAECHTER, J. L. Sinopse do Gênero Acianthera Scheidw. (Orchidaceae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 9, n. 2, p. 143-155, 2011.

- BARROS, F. DE, VINHOS, F., RODRIGUES, V.T. ET AL. Acianthera in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB010986>. Acesso em: 02 Fevereiro de 2012.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C.N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo, IPEMA, Vitória, ES, 2007.

Como citar

CNCFlora. Acianthera aphthosa in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Acianthera aphthosa>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/04/2012 - 18:46:38