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2012 - Livro Vermelho 2013

Bowdichia virgilioides Kunth NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 23-03-2012

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é amplamente distribuída dentro e fora do Brasil e em diferentes fitofisionomias. Apesar da falta de dados populacionais precisos, foi indicada como abundante nas áreas encontradas. No entanto a espécie foi considerada "Quase ameaçada" (NT) por apresentar uso para ornamentação e madeireiro. A exploração autorizada da espécie no Estado do Mato Grosso rendeu, entre 2006 e 2011, R$3.155.630,62 correspondendo ao volume de 80.227,79 m³ de madeira (SEMA-MT, 2011), e por isso recomenda-se monitoramento constante das subpopulações da espécie a fim de garantir a recuperação das subpopulações extraídas e garantir variabilidade genética através de estudos.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Bowdichia virgilioides Kunth;

Família: Fabaceae

Sinônimos:

  • > Sebipira virgilioides ;
  • > Bowdichia brevipes ;
  • > Bowdichia densiflora ;
  • > Bowdichia virgilioides var. glabrata ;
  • > Bowdichia virgilioides var. tomentosa ;
  • > Bowdichia floribunda ;
  • > Bowdichia pubescens ;
  • > Bowdichia parvifolia ;
  • > Sebipira ferruginea ;
  • > Sebipira major ;
  • > Bowdichia virgilioides var. major ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Árvores com ca. 11 m alt. Ramos cilíndricos a levemente angulosos, levemente suberosos, espessados na inserção das folhas, puberulentos. Popularmente conhecida como "sucupira", "sucupira-branca", "sucupira-mirim", "sucupira-paracarana", "sucupira-preta", "sucupira-roxa", "sucupira-verdadeira", "sucupiruçu-branco", "sucupiruçu parda" (Filardi et al., 2007; Cardoso, 2008). Bowdichia virgilioides apresenta grande variação no tamanho, consistência e indumento dos folíolos. Estas variações podem estar relacionadas aos diferentes habitats, já que se trata de um táxon de ampla distribuição (Cardoso, 2008).

Potêncial valor econômico

A exploração autorizada da espécie no Estado do Mato Grosso rendeu entre 2006 e 2011, R$3.155.630,62 correspondendo ao volume de 80.227,79 m³ de madeira (SEMA-MT, 2011).

Dados populacionais

Apesar de não estar disponíveis na bibliografia consultada dados populacionais, como número de indivíduos maduros, a espécie foi indicada como frequente na sua AOO dentro da Estação Ambiental de Volta Grande, Minas Gerais (trilha 1) (Filardi et al., 2007).

Distribuição

A espécie é nativa da América do Sul, ocorrendo no Brasil nas regiões Norte (Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo) e Sul (Paraná) (Lima, 2012).

Ecologia

Árvores ca. 11 (-20) m alt (Filardi et al., 2007; Oliveira-Filho, 2010). As observações dos coletores revelam altura até 30 m e DAP entre 15 e 40 (CNCFlora, 2012).

Ameaças

1.3.3 Wood
Detalhes Por ser uma espécie de floração intensa e chamativa, B. virgilioides têm sido amplamente utilizada como planta ornamental. Sua madeira também é muito utilizada para produção de carvão, de móveis e para acabamentos internos, como assoalhos, molduras, painéis e portas (Lorenzi, 2002), o que leva a uma retirada seletiva desta espécie e configura impacto direto que poe em risco a perpetuação deste táxon na natureza.

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes A exploração autorizada da espécie no Estado do Mato Grosso rendeu entre 2006 e 2011, R$3.155.630,62 correspondendo ao volume de 80.227,79 m³ de madeira (SEMA-MT, 2011). Esses dados permitem supor a exploração de 648.566 indivíduos de porte médio (7 m alt DAP 15 cm) ou 21.281 indivíduos de grande porte (30 m alt. DAP 40 cm) em seis anos. Comparativamente, o Estado do Pará teve valores bem mais baixos de extração dessa espécie de sucupira (SEMA-PA), explorando legalmente 1.037,54 m³ ou 275 a 8387 indivíduos com as mesmas proporções citadas anteriormente.

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie é de ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo em quase todos os dominios fitogeograficos brasileiros (Lima, 2012), mas apesar disto, possuí uso intensivo, o que a levou a ser considerada ameaçada de extinção sob a categoria de "Em Perigo" (EN) no Estado de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: B. virgilioides possui ocorrência confirmada até o momento na Estação Ambiental de Volta Grande, Minas Gerais (Filardi et al. 2007). Porém, dado seu padrão amplo de distribuição e a grande gama de habitats e ecossistemas em que habita, B. virgilioides provavelmente está representada em diversas unidades de conservação (SNUC) no Brasil (CNCFlora, 2012).

Usos

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- LIMA, H.C. DE. Bowdichia in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB029489>.

- CARDOSO, D. B. O. S. Taxonomia da tribo Sophoreae s.l. (Leguminosae, Papilionoideae) na Bahia, Brasil. Dissertação de Mestrado. Feira de Santana, BA: Universidade Estadual de Feira de Santana, 2008.

- LEWIS, G.P. Legumes of Bahia. Kew, UK: Royal Botanical Gardens, 1987.

- FILARDI, F. L. R.; GARCIA, F. C. P.; CARVALHO-OKANO, R. M. DE. ESPÉCIES LENHOSAS DE PAPILIONOIDEAE (LEGUMINOSAE) NA ESTAÇÃO AMBIENTAL DE VOLTA GRANDE, MINAS GERAIS, BRASIL. Rodriguésia, v. 58, n. 2, p. 363-378, 2007.

- ZAPPI, D.C.; LUCAS, E.; STANNARD, B.L. ET AL. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, v. 21, n. 2, p. 345-389, 2003.

- RATTER, J.A.; BRIDGEWATER, S.; RIBEIRO, J. F. Analysis of the floristic composition of the Brazilian Cerrado vegetation III. Comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh Journal of Botany, v. 60, n. 1, p. 57-109, 2003.

- SEMA-MT. Extração e Comércio de Toras de Madeira Nativa. Período 2006-2011., 2011.

- OLIVEIRA-FILHO, A.T. TreeAtlan 2.0, Flora arbórea da América do Sul cisandina tropical e subtropical: Um banco de dados envolvendo biogeografia, diversidade e conservação. Universidade Federal de Minas Gerais. Disponivel em: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/>. Acesso em: 28 fev. 2012.

- SEMA-PA. Extração e Movimento de Toras de Madeira Nativa. Período de 1/1/2006 até 23/10/2011, Belém, PA, 2011.

- LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002.

- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.

Como citar

CNCFlora. Bowdichia virgilioides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Bowdichia virgilioides>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 23/03/2012 - 17:37:26