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2012 - Livro Vermelho 2013

Cattleya guttata Lindl. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 22-06-2012

Criterio: A4cd

Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Cattleya guttata é uma espécie que ocorre em Mata Atlântica, nos Estados da Bahia, Goiás, MatoGrosso, Mato Grosso do Sul e Estados do Sul e Sudeste do país. Seu desenvolvimento ocorre principalmente na faixa litorânea em áreas de Restinga. A espécie tem como ameaças a fragmentação do habitat onde ocorre, e a pressão de coleta predatória pelo seu valor ornamental, o que tem levado a uma redução populacional; a espécie encontra-se no Anexo II da CITES. Diante do expostoe de acordo com os estudos apontados, suspeita-se que a espécie tenha sofrido nos últimos 50 anos uma redução de 30% de sua população total e caso não haja ações efetivas de proteção à espécie que cessem sua diminuição, essa poderá perder mais 30% de sua população nos próximos 50 anos. Diante do exposto, C. guttata está "Vulnerável" (VU).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Cattleya guttata Lindl.;

Família: Orchidaceae

Sinônimos:

  • > Cattleya elatior ;
  • > Cattleya guttata var. caerulea ;
  • > Cattleya guttata var. elatior ;
  • > Cattleya guttata var. munda ;
  • > Cattleya guttata var. pernambucensis ;
  • > Cattleya leopoldii subsp. pernambucensis ;
  • > Cattleya sphenophora ;
  • > Epidendrum amethystoglossum ;
  • > Epidendrum elatius ;
  • > Cattleya guttata var. russelliana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita originalmente emBot. Reg. 17: t.1406. 1831. C. guttata é facilmente distinguida de C. forbesii por apresentar plantas de porte maior, inflorescência com mais flores, flores menores, sépalas e pétalas pontuadas em vinoso e labelo rosa (Romanini, 2006).

Dados populacionais

Cattleya guttata é uma espécie pouco freqüente no Parque Municipal da Prai, tornando-se mais abundante acima dos 300 m de altitude, embora não com a mesma intensidade que é observada nas restingas fluminenses (Cunha; Forzza, 2007). Miller et al. (2006) comentam terem encontrado uma colônia da espécie, mas não especificam o número de indivíduos. Zaslawski (2008) afirma ter encontrado a espécie ao sul de Vitória. O autor cita que uma área de aproximadamente 12Km estava totalmente tomada pela espécie, que se encontrava florida. Ele comenta ter calculado mais de 1000 indivíduos da espécie nesta área que ele não especifica. Zaslawski (2008) também comenta ter encontrado milhares de indivíduos adultos em uma área no sul do estado da Bahia.

Distribuição

Espécie de endêmica do Brasil, de ocorrência em Mata Atlântica, nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Barros et al., 2011). Fraga e Peixoto (2004) amostraram a espécie em ambiente de restinga a nível do mar e Miller et al. (2006) afirmam ter encontrado a espécie entre 500 e 1000m de altitude na Serra do Mar.

Ecologia

Espécie epífita (Fraga; Peixoto, 2004) ou terrestre, ciófila ou heliófila, cerca de 60cm de altura, florescendo entre abril e maio no Parque Municipal da Prainha(Cunha; Forzza, 2007), entre fevereiro e março na Ilha do Cardoso (Romanini, 2006) e frutificando de janeiro a agosto (Cunha; Forzza, 2007). Segundo Miller et al. (2006) a espécie necessita de luminosidade elevada, mas não direta, boa movimentação de ar, verões curtos , mas com chuvas pesada e invernos longos.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Detalhes Segundo Miller et al. (2006), a área onde a espécie deveria ser encontrada na Serra dos Órgãos está sendo totalmente devastada.

1.3.4 Non-woody vegetation collection
Detalhes Zaslawski (2008) comenta que a primeira espécie de orquídea que seu pai cultivou foi C. guttata, indicando que naquela época a coleta por colecionadores já era comum. O autor também comenta que era comum encontrar a espécie em Vitória, Espírito Santo. Hoje em dia parece ter desaparecido, devido ao crescimento das cidades. Segundo ele, a área onde foram encontrados milhares de indivíduos era até 2008 desconhecida e preservada. Porém, hoje em dia essa área já foi descoberta e as plantas estão sendo coletadas indiscriminadamente.

8.3 Prey/food base
Incidência local
Detalhes Zaslawski (2008) cita que o gado tem se alimentado da espécie na área onde milhares de indivíduos foram encontrados, ao sul da cidade de Vitória.

Ações de conservação

5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Zaslawski (2008) afirma ter entre 60 e 70 plantas em cultivo em sua coleção particular.

4.4 Protected areas
Observações: ​Ocorre nas unidades de conservação Parque Estadual de Itaúnas, Parque Estadual do Forno Grande, Parque Estadual Paulo César Vinha, Parque Estadual Ilha do Cardoso e APA de Setiba.

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).

Usos

Referências

- ANDRADE SOUZA, V.; ALMEIDA, A. A. F.; CORRÊA, R. X. ET AL. Leaf Carbon Assimilation and Molecular Phylogeny in Cattleya Species (Orchidaceae). Genetics and Molecular Research, v. 8, n. 3, p. 976-989, 2009.

- FRAGA, C. N.; PEIXOTO, A. L. Florística e Ecologia das Orchidaceae das Restingas do Estado do Espírito Santo. Rodriguésia, v. 55, n. 84, p. 5-20, 2004.

- RODRIGUES, T. M.; SIMONELLI, M. Ecologia e Conservação de Orquidáceas em uma Floresta de Restinga em Linhares, Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão (N. Sér.), v. 21, p. 47-56, 2007.

- REBECA POLITANO ROMANINI. A Família Orchidaceae no Parque Estadual da Ilha do Carodoso, Cananéia, SP. São Paulo: Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente, 2006.

- JEFFREY, D. C.; ARDITTI, J.; KOOPOWITZ, H. Sugar Content in Floral and Extrafloral Exudates of Orchids: Pollination, Myrmecology and Chemotaxonomy Implication. New Phytologist, v. 69, n. 1, p. 187-195, 1970.

- RODRIGUES, T. M.; SIMONELLI, M. A família Orchidaceae em uma Floresta de Restinga, Linhares-ES: Ecologia e Conservação. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, p. 468-470, 2007.

- MILLER, D.; WARREN, R.; MILLER, I. M. ET AL. Serra dos Órgãos, Sua História e Suas Orquídeas. Nova Friburgo, RJ: Editora Scart, 2006. 572 p.

- BARROS, F. DE, VINHOS, F., RODRIGUES, V.T. ET AL. Orchidaceae A.Juss in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=Root_.Angiospermas_.Orchidaceae_AJUS&genus=&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&last_level=subspecies&listopt=1&x=28&y=2>. Acesso em: 02 Fevereiro de 2012.

- ZASLAWSKI, A. Cattleya guttata - The Coastal Beauty. Orchids, p. 278-289, 2008.

- CUNHA, M. F. B.; FORZZA, R. C. Orchidaceae no Parque Municipal da Prainha, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 21, n. 2, 2007.

- TIAGO BÖER BREIER. O Epifitismo Vascular em Florestas do Sudeste do Brasil. Tese de Doutorado. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 2005.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

Como citar

CNCFlora. Cattleya guttata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cattleya guttata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 22/06/2012 - 14:11:45