Data: 27-09-2012
Criterio:
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Smilax japicanga conhecida popularmente por"Japicanga", "Jupicanga" e "Salsa parrilha", caracteriza-se por lianas,terrícolas, anuais, dióicas, apresenta síndrome de polinização entomófila edispersão zoocórica. Endêmica do Brasil, ocorre nos estados de Minas Gerais,Rio de Janeiro e São Paulo. Restrita do bioma Mata Atlântica, ondedesenvolve-se em floresta ombrófila densa, entre 50-1280m de altitude. ApresentaEOO de 72.373,180km². Protegida por Unidades de Conservação, Parque Nacional doItatiaia, Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Parque Estadual do Desengano,Reserva Biológica Poço das Antas e Parque Estadual da Serra do Brigadeiro.Espécie bem representada no Herbário RB para o estado do Rio de Janeiro.Utilizada para fins medicinais, o que pode provocar redução populacional daespécie. É necessário o investimentoem pesquisa científica e esforços de coleta a fim de certificar da existênciade novas subpopulações, considerando sua viabilidade populacional, sua proteção,e sua manutenção na natureza, sendo necessário um plano de manejoadequado, para que em um futuro próximo a espécie não seja incluída em algumacategoria de ameaça.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Smilax japicanga Griseb.;
Família: Smilacaceae
Descrita em Fl. Bras. 3(1): 6. 1842. Espécie próxima a S. quinquenervia diferindo-se principalmente pelos ramos muricados, com acúleos de tamanhos diferentes. Nomes populares: "Japicanga", "Jupicanga" (Andreata, 1997; 2012) e "Salsa parrilha" (Melo et al., 2009).
Utilizada para fins medicinais (Andreata, 1997).
Ocorre nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro(Andreata, 2012); entre 50-1280m de altitude (Andreata, 1997).
Caracteriza-se por lianas, volúveis e/ou trepadeiras, terrícolas(Andreata, 2012); síndrome de polinização entomófila e dispersão zoocórica (Andreata, 1997); coletada com flores masculinas em Agosto (Andreata, 2002).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área (Myers et al., 2000) e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original(Galindo-Leal & Câmara, 2003). Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si (Gascon etal., 2000). As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI(Coimbra-Filho & Câmara, 1996). Dean (1996) identificou as causas imediatasda perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja; Galindo-Leal et al., 2003; Young, 2003). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia; Fundação SOSMata Atlântica & INPE, 2001; Hirota, 2003). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Galetti & Fernandez, 1998; Tabarelli et al.,2004) (Tabarelli, M. et al., 2005).
1.2.1.2 National level
Observações: Aespécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de2008 (MMA, 2008) sendo considerada oficialmente ameaçada de extinção. Foiconsiderada Vulnerável (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pelaFundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).
4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional do Itatiaia e Reserva Biológica do Poço das Antas, no estado do Rio de Janeiro (CNCFlora, 2012).
- ANDREATA, R.H.P. Smilax japicanga in Smilax (Smilacaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014558>.
- ANDREATA, R.H.P. Smilacaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.475, 2009.
- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.
- ANDREATA, R.H.P. Smilax (Smilacaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S.; GIULIETTI, A.M.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.323-332, 2002.
- MAIA, E.A.; FRANCISCO, J.; PIRES, T.; MANFREDI-COIMBRA, S. O uso de espécies vegetais para fins medicinais por duas comunidades da Serra Catarinense, Santa Catarina, Brasil., Revista de Biologia e Ciências da Terra, Universidade Estadual da Paraíba, v.11, p.54-74, 2011.
- MELO, J.G.; AMORIM, E.L.C.; ALBUQUERQUE, U.P. Native medicinal plants commercialized in Brazil: priorities for conservation., Environmental Monitoring Assessment, v.156, p.567-580, 2009.
- ANDREATA, R.H.P. Revisão das espécies brasileiras do gênero Smilax Linnaeus (Smilacaceae)., Pesquisas Botânica, São Leopoldo, n.47, p.206-209, 1997.
CNCFlora. Smilax japicanga in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Smilax japicanga
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 27/09/2012 - 19:06:13