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2012 - Livro Vermelho 2013

Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank) Pilg. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-09-2012

Criterio:

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Cochlospermum regium é um arbusto de ampla distribuição no Brasil, ocorrendo nos biomas Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Embora algumas subpopulações estejam protegidas em Unidades de Conservação (SNUC), a espécie merece atenção devido ao potencial medicinal que suas raízes possuem, um fator que estimula o extrativismo e causa morte ao indivíduo, assim, futuramente a espécie pode ser categorizada como ameaçada de extinção.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Cochlospermum regium (Mart. ex Schrank) Pilg.;

Família: Bixaceae

Sinônimos:

  • > Azeredia pernambucana ;
  • > Cochlospermum insigne var. mattogrossense ;
  • > Cochlospermum insigne var. pohlianum ;
  • > Cochlospermum trilobum ;
  • > Maximilianea longirostrata ;
  • > Maximilianea regia ;
  • > Maximilianea regia var. glaberrima ;
  • > Wittelsbachia insignis ;
  • > Cochlospermum insigne ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 8: 127. 1924. C. regium é uma espécie muito variável, especialmente no formato das folhas, indumento, ramificação (desde caules simples até arbustos densamente ramificados), e mais notavelmente, seu modo de floração. A posição normal das flores é no ápice dos ramos jovens, porém quando suas partes aéreas são atingidas pelo fogo, as flores desenvolvem-se na altura do solo (Camillo, 2008). Nomes populares: "algodão-do-campo", "algodão-bravo", "butuá-de-corvo", "piriquiteira" (Poppendieck, 1981), "algodãozinho", "algodãozinho-do-cerrado", "algodão-do-mato", "algodãozinho-do-campo", "algodoeiro-do-campo", "pacote", "algodão-cravo", "periquiteira-do-campo", "rui-barbo-do-campo" e "samaumá-do-iaguapó" (Camillo, 2008).

Potêncial valor econômico

Utilizada para fins medicinais (Poppendieck, 1981; Souza; Felfili, 2006; Ustulin et al., 2008; Viu et al., 2007). Apresenta substâncias com atividades hepatoprotetoras, analgésica, anti-edematogênica, anti-bacteriana, antioxidante, mutagênica, citotóxica, antinociceptiva (Camillo, 2008).

Distribuição

Não endêmica do Brasil, encontrada na Bolívia e Paraguai (Poppendieck, 1981); no Brasil ocorre nos Estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná (Lleras, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por subarbustos de 0,5-2,0(-2,5) m de altura; floresce de Maio a Setembro (Poppendieck, 1981); apresenta alternância entre o período vegetativo e reprodutivo, na época das chuvas cobre-se de folhas e no período das secas floresce, estando a planta totalmente despida de folhas; polinização realizada exclusivamente por abelhas (Camillo, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Opovoamento do Cerrado teve início há cerca de 11.000 anos. Até meados da décadade cinqüenta, a região permaneceu praticamente isolada devido à ausência devias de transporte. Com a implantação de Brasília na década de sessenta, oCerrado sofreu mudanças marcantes em seus aspectos físicos, biológicos, sociaise culturais. A urbanização rápida, o crescimento das cidades antigas e aexpansão da fronteira agrícola exercem até os dias atuais uma forte pressãosobre a região do cerrado, provocando os mais variados tipos de impactosambientais negativos (Pinto, 1993). Deacordo com o estudo da ConservationInternational, dos 1.783.200 km² originais do Cerrado, restam intactosapenas 356.630 km², ou 20% do bioma original (Camillo, 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação euso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escalade funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).

3.2.3 Regional/international trade
Detalhes C. regium está na lista das plantas mais indicadas pelos raizeiros de Campo Grande (MS). Em feiras de Goiânia (GO), muitas das plantas comercializadas são compradas de extrativistas em outros estados, isto se deve à dificuldade em encontrar a planta (C. regium) em regiões próximas às cidades goianas, devido ao desmatamento provocado pela crescente urbanização, e áreas destinadas a cutlivos agrícolas e pastagens (Camillo, 2008).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação (SNUC): Área de Proteção Ambiental de Curiaú, no Estado do Amapá; Reserva Ecológica do IBGE e Estação Ecológica do Gama, no Distrito Federal; Estação Ecológica do Panga, em Minas Gerais; Parque Nacional das Sete Cidades, no Piauí; e Parque Estadual das Furnas do Bom Jesus, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- LLERAS, E. Cochlospermum regium in Cochlospermum (Bixaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB027545>.

- FERREIRA, L.V.; VENTICINQUE, E; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas., Estudos Avançados, São Paulo, Universidade de São Paulo, v.19, n.53, p.157-166, 2005.

- CAMILLO, J. Germinação e conservação de germoplasma de algodão-do-campo [Cochlospermum regium (Mart. ex. Schrank) Pilger] - Cochlospermaceae. Mestrado. : Universidade de Brasília (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária), 2008.

- POPPENDIECK, H. Cochlospermaceae (Bixaceae). Flora Neotropica. p.13-14, 1981.

- SOUZA, C.D.; FELFILI, J.M. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO., Acta Botanica Brasilica, v.20, p.135-142, 2006.

- USTULIN, M.; FIGUEIREDO, B.B.; TREMEA, C. ET AL. Plantas medicinais comercializadas no Mercado Municipal de Campo Grande-MS., Revista Brasileira de Farmacognosia, v.19, p.805-813, 2009.

- VIU, A.F.M.; COSTA, E.A.; VIU, M.A.O. ET AL. Germinação e Desenvolvimento de Plântulas de [Cochlospermum regium(Schrank) Pilger] ? (algodão-do-campo) em Diferentes Substratos., Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, p.957-959, 2007.

- Banco de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

Como citar

CNCFlora. Cochlospermum regium in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cochlospermum regium>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 13/09/2012 - 17:41:54