O Núcleo Planejamento Espacial para Conservação é coordenado pelo Prof. Rafael Loyola, diretor do Laboratório de Biogeografia da Conservação (CB-Lab), da Universidade Federal de Goiás. O CB-Lab tem reputação internacional como fornecedor de soluções fortemente amparadas pela Ciência para suporte à tomada de decisão ambiental no Brasil.
Uma vez que a lista vermelha de espécies ameaçadas indica as espécies que requerem atenção especial, com diferentes níveis de urgência, mas não indica onde é preciso agir, é necessário elaborar estratégias e documentos que guiem ações de conservação em locais críticos, visando impedir ou reverter o desaparecimento de espécies. Com essa motivação foi instituído o Programa Nacional de Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção – Pró-Espécies. Nesse programa, foi atribuída ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro a elaboração de mapas de áreas prioritárias para conservação da flora. A partir dessa atribuição, a parceria com o CB-Lab e a equipe liderada pelo Prof. Loyola tornou-se um caminho natural.
O Núcleo Planejamento Espacial para Conservação tem um papel central na definição de áreas prioritárias tanto em âmbito nacional, quanto regionalmente. A equipe do núcleo é responsável pela definição das áreas prioritárias para conservação e uso sustentável da flora ameaçada do Brasil, assim como pela execução de todas as análises espaciais e definição de prioridades para o planejamento de ações nos Planos de Ação Nacional (PANs) elaborados pelo CNCFlora.
Além disso, o Núcleo é responsável pela avaliação da eficiência das Unidades de Conservação (UCs) do Estado do Rio de Janeiro, tanto em termos espaciais (representação de espécies ameaçadas nas UCs), quanto em termos de gestão, por meio de uma avaliação dos planos de manejo das UCs que abrigam espécies endêmicas e ameaçadas da flora.
Até o momento, o núcleo participou da elaboração e execução das seguintes publicações:
O livro “Áreas Prioritárias para Conservação e Uso Sustentável da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção” é um importante instrumento para elaboração de políticas públicas, pois indica as localidades no território nacional onde ações para reduzir o risco de extinção de espécies da flora brasileira podem ser mais efetivas, visando alcançar a Meta 11 do Plano Estratégico para a Conservação da Biodiversidade de Aichi (CDB) até 2020. Além disso, o mapa direciona políticas para o cumprimento das metas 5 e 7 da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC). As áreas indicadas no livro complementam o papel importantíssimo já desempenhado por Unidades de Conservação e Terras Indígenas existentes, fornecendo o melhor cenário possível para a negociação com outros setores sobre como implementar ações de conservação para essas espécies. Finalmente, a publicação apresenta outros recortes de priorização, indicando um portfolio de opções para tomadores de decisão e negociadores internacionais.
O Plano de Ação Nacional do Faveiro-de-Wilson foi elaborado porque essa espécie, endêmica de Minas Gerais, está Criticamente em perigo (CR) de extinção e, principalmente, por ter muita informação já disponível, o que permitiu elaborar ações efetivas para a espécie e seu habitat. O PAN contém a melhor informação disponível sobre a espécie, além do planejamento de ações necessárias para sua conservação.
Nos PANs em geral, e nesse, em particular, a indicação de áreas prioritárias é um elemento centralizador e que facilita a elaboração e execução de inúmeras ações de conservação. Os mapas com áreas prioritárias dos PANs foram desenhados com o objetivo de direcionar ações e garantir o melhor retorno possível de investimento em conservação, ou seja, eles são otimizados para ajudar a salvar mais espécies com menos ações e locais quanto possíveis. As análises possuem, portanto, diferenciais em relação a outras estratégias e indicações de áreas prioritá
Como dito anteriormente, as análises espaciais elaboradas pelo Núcleo tem um papel principal nos PANs. Os mapas com áreas prioritárias nesse PAN também foram desenhados com o objetivo de direcionar ações e garantir o melhor retorno possível de investimento em conservação.