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2012 - Livro Vermelho 2013

Comanthera curralensis (Moldenke) L.R.Parra & Giul. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-01-2014

Criterio: B1ab(i,ii,iii)

Avaliador: Rodrigo Amaro

Revisor: Luiz Santos

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG: Marcelo, Ricardo Avancini, Thiago

Especialista(s):


Justificativa

Espécie herbácea, endêmica dos Campos Rupestres da Chapada Diamantina, no estado da Bahia (Giulietti et al., 2009; 2013). Possui EOO inferior a 20.000 km² e está sujeita a menos de 10 situações de ameaça considerando suas localidades de ocorrência. Suspeita-se que sofra com declínio de EOO, AOO e a perda da qualidade do habitat em função das ameaças presentes na região, como o fogo (Lobão, 2006; MMA/ICMBio, 2007; Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, 2013), agricultura (Lobão, 2006) e o turismo desordenado (MMA/ICMBio, 2007).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Comanthera brasiliana (Giul.) L.R.Parra & Giul.;

Família: Eriocaulaceae

Sinônimos:

  • > Syngonanthus brasiliana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Dados populacionais

De acordo com Giulietti et al. (1996) a espécie é perene, formando densas populações de plântulas no período entre abril e maio e aparecendo de forma isolada e esparsa, especialmente em julho.

Distribuição

A espécie ocorre no bioma Cerrado, exclusivamente no estado de Minas Gerais (Giulietti et al., 2010). Parra (2000) afirma que a espécie é micro-endêmica da Serra do Ambrósio, Minas Gerais e, segundo Giulietti et al. (1996), a espécie é restrita às cotas mais baixas do morro, até 1000m, estando ausente a partir desta altitude, substituída, por C. magnifica ou por C. suberosa.

Ecologia

Parra (2000) cita que a espécie ocorre com baixa frequência em áreas de carrasco, florescendo especialmente no mês de julho e estando presente sempre em solos arenosos ou areno-pedregosos, com predomínio de arenitos e quartzitos, principalmente nas regiões de campos rupestres. A mesma autora menciona que as populações nunca extrapolam a área delimitada por esse tipo de solo, mesmo no caso de ocorrerem em outros tipos de ambientes que não os campos rupestres, as populações estão relacionadas a solos arenosos.

Ameaças

1.3.2.3 Large-scale/industrial
Severidade medium
Detalhes De acordo com Parra (2000), a espécie já era conhecida e comercializada antes de ser descrita por Giulietti (1996). A colheita indiscriminada de sempre-vivas tem levado a redução severa das populações selvagens. Esta situação é especialmente evidente para C. magnifica e C. brasiliana (Parra et al., 2010).

1.3.2.3 Large-scale/industrial
Severidade medium
Detalhes Segundo Giulietti et al. (1988), C. brasiliana, que é restrita a região de Pedra Menina no Municipio de Rio Vermelho (MG) tem apresentado um decréscimo quanto a sua produção a cada ano, sendo que a espécie já não é mais comercializada. A mesma autora menciona que em 1984, apenas 200Kg de escapos da espécie foram comercializados, o que segundo Parra (2000) evidencia o risco iminente de extinção da espécie que apresenta distribuição muito restrita e baixa frequência. A região de ocorrência da espécie está sofrendo uma forte pressão antrópica no útlimos anos, com devastação do ambiente original, problema acentudado pela exploração da espécie (Meguro et al., 1994; Pirani et al., 1994 apud Parra, 2000).

1.1 Agriculture
Severidade high
Detalhes De acordo com Costa et al. (2008), representantes de Eriocaulaceae ocorrem, na sua grande maioria, em áreas de campo rupestre, nos campos entre os afloramentos rochosos em meio a uma matriz graminóide. Estas áreas na região da Cadeia do Espinhaço têm sofrido enorme pressão agrícola e pecuária. Grandes e pequenas propriedades têm cada vez mais avançado sobre estas terras na intenção de expandir as pastagens e as áreas de cultivo, inclusive com uso de fogo. Outro problema muito frequente é a atividade de empresas mineradoras. Além do grande impacto que causam no ambiente como um todo, em geral seu modo de operação consiste, de início, justamente na retirada das camadas superficiais do solo, sobre as quais encontram-se instaladas as espécies herbáceas. A distribuição geográfica das espécies, geralmente restrita a pequenas áreas, associada à destruição do habitat (fogo, garimpo, mineração, expansão da agricultura e pecuária) e ao extrativismo de semprevivas, contribuem para que Eriocaulaceae seja uma das famílias mais ameaçadas dos campos rupestres do estado de Minas Gerais (Costa et al., 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade very high
Detalhes Entre o século 16 e a década de 1960, os campos rupestres naturais de Minas Gerais foram reduzidos de 29.000 para 5.000 km² (Magnanini, 1961 apud Alves et al., 2007).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada Criticamente (CR) em perigo pelo Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA 2008).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada Criticamente (CR) em perigo pela Lista de Minas Gerais (Deliberação COPAM 085/97. Conselho Estadual de Política Ambiental, Minas Gerais)

Referências

- Giulietti, A.M.; Sano, P.T.; Costa, F.N.; Parra, L.R.; Echternacht, L.; Tissot-Squali, M.L.; Trovo, M.; Watanabe, M.T.C.; Hensold, N.; Andrino, C. 2013. Eriocaulaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB110> Acesso em 10 de setembro de 2013.

- Giulietti, A.M.; Andrade, M.J.G; M.; Sano, P.T. Eriocaulaceae. 2009. In: Giulietti, A. M.; Rapini, A.; Andrade, M. J. G.; Queiroz, L. P. de; Silva, J. M. C. D. (Eds.). Plantas Raras do Brasil. Belo Horizonte: Conservaçao Internacional; Univesidade Estadual de Feira de Santana, 496p.

- Lobão, J.S.B. 2006. Análise socioambiental no município de Morro do Chapéu-BA baseado em geotecnologias. Salvador, BA: Universidade Federal da Bahia.

- MMA/ICMBio. 2007. Plano de Manejo para o Parque Nacional da Chapada Diamantina – Versão Preliminar. Dsiponível em: <http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/parna_chapada_diamantina.pdf>. Acesso em 10 setembro de 2013.

Como citar

CNCFlora. Comanthera curralensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Comanthera curralensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 03/10/2011 - 13:26:09