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2012 - Livro Vermelho 2013

Coussapoa curranii S.F.Blake NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 10-04-2012

Criterio:

Avaliador: Massimo Giuseppe Bovini

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie muito próxima de constar definitivamente como ameaçada. Sua EOO de 76.827,872km² não indica uma realidade, pois atualmente sua ocorrência no estado do Rio de Janeiro é muito duvidosa, já que sua coleta foi realizada em área hoje totalmente habitada. Há de se considerar apenas a Unidade de Conservação no Espírito Santo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Coussapoa curranii S.F.Blake;

Família: Urticaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Contr. U.S. Natl. Herb. 20: 237. 1919. Espécie muito próxima a C. floccosa (Berg et al., 1990).

Dados populacionais

Em levantamento fitossociológico realizado em um estande florestal na Reserva Biológica de Sooretama, município de Linhares, estado do Espírito Santo, foi amostrado apenas 1 indivíduo em uma área de 1ha² (de Paula, 2006).

Distribuição

Ocorre nos estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro (Romaniuc Neto; Gaglioti, 2012); acima de 500m de altitude (Berg et al., 1990).

Ecologia

Caracteriza-se por árovres, geralmente terrestres, atingindo mais de 40m de altura (Berg et al., 1990).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.1 International level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) [A1c] (IUCN 2011. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 23 March 2012).

4.4.3 Management
Observações: Espécie ocorre em Unidades de Conservação: RPPN da Serra do Teimoso, no estado da Bahia e Reserva Biológica de Sooretama, no Espírito Santo (CNCFlora, 2011).

Referências

- ROMANIUC NETO, S., GAGLIOTI, A.L. Coussapoa curranii in Coussapoa (Urticaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015044>.

- ROMANIUC NETO, S.; GAGLIOTI, A.L. Urticaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.489-490, 2009.

- BERG, C.C.; AKKERMANS, A.P.; VAN HEUSDEN, E.C.H. Cecropiaceae: Coussapoa and Pourouma, with an intrduction to the family. Flora Neotropica. p.50-52, 1990.

- CARAUTA, J.P.P. Coussapoa curranii in IUCN Red List of Threatened Species. Version 2011.2. Disponivel em: <http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/34357/0>.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- DE PAULA, A. Florística e fitossociologia de um trecho de Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas na Reserva Biológica de Sooretama, Linhares - ES. Doutorado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2006.

Como citar

CNCFlora. Coussapoa curranii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Coussapoa curranii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 10/04/2012 - 14:27:12