Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Myracrodruon urundeuva Allemão LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 22-08-2012

Criterio:

Avaliador: Rafael Augusto Xavier Borges

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

M. urundeuva apresenta distribuição geográfica extensa pelo território brasileiro, sendo atualmente conhecida em diferentes situações de ameaça. No entanto, as várias formas de uso desta espécie podem levá-la ao risco de extinção caso não haja um monitoramento destas atividades.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Astronium urundeuva (M.Allemão) Engl.;

Família: Anacardiaceae

Sinônimos:

  • > Myracrodruon urundeuva ;
  • > Astronium gardneri ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Nomes populares: "almecega", "aroeira", "aroeira-do-sertão", "urundeuva" (Silva-Luz; Pirani, 2012).

Potêncial valor econômico

​Valor pela qualidade da madeira, dura e durável. Tem potencial farmacológico.

Dados populacionais

As densidades estimadas para a espécie variam de 37 a 48 indivíduos por hectare, e em casos de maior valor de importância, há registros de densidades de 234, 255 e 343 ind./ha (Silva; Scariot, 2003; Nascimento et al., 2004; Rodrigues; Araújo, 1997, Santos et al., 2007; Siqueira et al., 2009).

Distribuição

Não é endêmica ocorrendo nas regiões Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul) e Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) (Silva-Luz; Pirani, 2012).

Ecologia

Árvores (4-) 6-15 (-20) m alt, 50-80 cm DAP. Espécie tem facilidade para regeneração natural.

Ameaças

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes Não há na literatura dados formais sobre a extração da madeira da espécie. Mas o extrativismo foi, é e será amplamente utilizado para uso em diversas aplicações externas, como em benfeitorias de fazendas e sítios. Em muitos casos as madeiras são extraídas e usadas em escala local, o que a faz depender de medidas de conservação e manejo sustentável para se evitar extinções locais. Porém a demanda não se limita ao extrativismo local, visto que há transporte da madeira entre Estados brasileiros (vide Carvalho in;http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/index_especies.htm).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O desmatamento no Cerrado atingiu em 2008 47% da distribuição original do Bioma. Entre 2008 e 2009 7.637 km² de Cerrados foram desmatados (MMA; IBAMA, 2011). Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o bioma brasileiro que mais sofreu alterações com a ocupação humana. Com a crescente pressão para abertura de novas áreas, visando incrementar a produção de carne e grãos para exportação, tem havido um progressivo esgotamento dos recursos naturais da região. Além disso, o bioma Cerrado é palco de uma exploração extremamente predatória de seu material lenhoso para produção de carvão (MMA; IBAMA, 2011). Na Caatinga, estima-se que as áreas alteradas variam de 223.100 km² (30,38%) a 379.565 km² (51,68%). Independente da estimativa adotada, uma importante parcela da área da Caatinga foi bastante modificada pelas atividades humanas. Algumas dessas áreas, previamente ocupadas pela agricultura, possuem grande risco de desertificação, exigindo ações urgentes de restauração da vegetação original (Castelleti et al., 2003).

Ações de conservação

1.2.2.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada Ameaçada pela Lista vermelha da flora doBrasil (MMA, 2008), anexo 1.

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Em perigo", segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável", segundo a Listavermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997).

1.2.2.2 National level
Situação: on going
Observações: Espécie proibida de corte em floresta atlântica primária e autorizada sob aprovação de plano de manejo florestal em floresta secundária, cerradões e cerrados (IBAMA, 1991).

Usos

Referências

- SILVA-LUZ, C.L., PIRANI, J.R. Anacardiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB004388>.

- LACERDA, C. M. B. DE; KAGEYAMA, P. Y. Estrutura genética espacial de duas populações naturais de Muracrodruon urundeuva M.Allemão na região semi-árida, Brasil. Rev. Árvore, v. 27, n. 2, p. 145-150, 2003.

- FERRAZ, J. S. F.; ALBUQUERQUE, U. P. D.; MEUNIER, I. M. J. Valor de uso e estrutura da vegetação lenhosa às margens do riacho do Navio, Floresta, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 20, n. 1, p. 125-134, 2006.

- NASCIMENTO, A. R. T.; FELFILI, J. M.; MEIRELLES, E. M. Florística e estrutura da comunidade arbórea de um remanescente de Floresta Estacional Decidual de encosta, Monte Alegre, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 18, n. 3, p. 659-669, 2004.

- SILVA, L. Á. DA; SCARIOT, A. Composiçao florística e estrutura da comunidade arbórea em uma floresta estacional decidual em afloramento calcário (Fazenda São José, São Domingos, GO, Bacia do Rio Paranã. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 305-313, 2003.

- SIQUEIRA, A. D. S.; ARAÚJO, G. M. D.; SCHIAVINI, I. Estrutura do componente arbóreo e características edáficas de dois fragmentos de floresta estacional decidual no vale do rio Araguari, MG, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 1, p. 10-21, 2009.

- PINDORAMA FILMES. Aroeira - Myracrodruon urundeuva in Um pê de quê?, Pindorama Filmes. Pindorama Filmes. Disponivel em: <http://www.umpedeque.com.br/site_umpedeque/arvore.php?id=645>.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, IBAMA. Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite. Acordo de Cooperação Técnica MMA/IBAMA: Monitoramento do Bioma Cerrado 2008 a 2009, Brasília, DF, p.55, 2011.

- CASTELLETI, C.H.M.; SANTOS, A.M.M.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DALEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. DA. O quanto resta da Caatinga? Uma estimativa preliminar. Recife, PE: Ed. da Universidade Federal de Pernambuco, 2003. 719-734 p.

- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.

- OLIVEIRA-FILHO, A. T. Anacardiaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.343-344, 2009.

- IBAMA. Portaria 83N, de 26 de setembro de 1991., 1991.

- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Myracrodruon urundeuva in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Myracrodruon urundeuva>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 22/08/2012 - 19:16:38