Data: 28-03-2012
Criterio: B1ab(iii,iv,v)
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Petunia exserta apresenta uma distribuição geográfica restrita, com uma EOO de 502,29 km². As subpopulações são pequenas e isoladas, e a espécie vem sofrendo com a redução na qualidade de seu hábitat, no número de indivíduos maduros e de subpopulações.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Petunia exserta Stehmann;
Família: Solanaceae
Muitas espécies de Petunia e Calibrachoa tem distribuição simpátrica e compartilham atributos vegetativos e florais o que dificulta o reconhecimento em campo, no entanto Petunia é herbácea sem ramos lenhosos (Stehmann et al., 2009). Espécie de caractéristica única no gênero, as flores com corola vermelha ou púrpura e estames e estigma exsertos, adaptação a polinização por beija-flores (Stehmann et al., 2009; Agra, 2009).
O comércio de sementes de plantas ornamentais cultivadas do gênero tem importância econômica para muitos países (Stehmann et al., 2009). Petunia integrifolia é a espécie mais comercializada no Brasil e há muitos híbridos.
Ocorre no Rio Grande do Sul (Stehmann et al., 2012). Planta rara (Agra, 2009).
Erva até um metro de altura, ereta Ocorre em locais sombreados entre rochas de arenito. Na natureza as espécies de Petunia são anuais e não apresentam sistemas subterrâneos (Stehmann et al., 2009; Agra, 2009).
9.9 Restricted range
Detalhes
Subpopulações pequenas, distribuídas em pequena área, muito fragmentadas e co-ocorrendo com outras plantas do gênero, são características que dificultam a manutenção da população (Stehmann et al., 2009) e por isso é provável o declínio de indivíduos maduros.
7.3 Temperature extreme
Detalhes
Geadas e temperaturas abaixo de 0 graus podem afetar a população (Stehmann et al., 2009).
8.4 Hybridizer
Detalhes
A separação entre as espécies P. exserta e P. axillaris é extremamente recente, Mudanças de habitat e modificações florais são alguns dos prováveis fatores envolvidos no isolamento entre estas espécies. Portanto, a hibridização com P. axillaris pode constituir um risco para a manutenção de populações típicas de P. exserta, por diluir ou perder as características únicas que esta espécie tem no gênero (Lorenz-Lemke et al., 2006; Stehmann et al., 2009).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
De acordo com Stehmann et al., (2009) a colonização humana por volta de 1800, com a introdução de culturas agrícolas, como forrageiras, conduziu a degradação quase completa da vegetação original. A restritividade de habitat de P. exserta e a pequena extensão de ocorrência e consequências dos impactos antrópicos ressaltam a exigência de assistência humana para conservação. Redução do número de indivíduos e extinções locais tem sido documentados para a espécie (Guadagnin et al., 2000).
4.4.1 Identification of new protected areas
Situação: needed
Observações: Além de P. exserta, a ocorrência de outras espécies em risco indica a necessidade de o estabelecimento de unidades de conservação (SNUC) na Serra do Sudeste, especialmente em os afloramentos rochosos, onde estes táxons são predominantemente encontrados (Stehmann et al., 2009).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Deficiente de Dados" (DD), segundo a Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
- STEHMANN, J.R.; MENTZ, L.A.; AGRA, M.F. ET AL. Solanaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014687>.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Campos Sulinos - conservação e uso sustentável da biodiversidade, Brasília, DF, p.403, 2009.
- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
- AGRA, M. D. F.GIULIETTI, A. M.; RAPINI, A.; ANDRADE, M. J. G.; QUEIROZ, L. P. DE; SILVA, J. M. C. D. Solanaceae. Belo Horizonte, MG: Conservaçao Internacional; Univesidade Estadual de Feira de Santana, 2009. 375-379 p.
- STEHMANN, J. R.; LORENZ-LEMKE, A. P.; FREITAS, L. B.; SEMIR, J.GERATS, T.; STROMMER, J. The Genus Petunia. New York, NY: Springer New York, 2009.
- LORENZ-LEMKE, A.P.; TOGNI, P.D.; MÄDER, G. ET AL. Diversification of plant species in a subtropical region of eastern South American highlands: a phylogeographic perspective on native Petunia (Solanaceae). Molecular Ecology, v. 19, n. 3, p. 5240-5251, 2010.
- WATANABE, H.; ANDO, T.; IIDA, S ET AL. Cross compatibility of Petunia cultivars and P. axillaris with native taxa of Petunia in relation to their chromosome number. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science, v. 65, p. 625?634, 1996.
- LORENZ-LEMKE, A. P.; MÄDER, G.; MUSCHNER, V. C. ET AL. Diversity and natural hybridization in a highly endemic species of Petunia (Solanaceae): a molecular and ecological analysis. Molecular ecology, v. 15, n. 14, p. 4487-97, 2006.
- GUADAGNIN, D. L.; LAROCCA, J.; SOBRAL, M. Flora Vascular de Interesse para a Conservação na Bacia do Arroio João Dias: Avaliação Ecológica Rápida. In: RONCHI, L. H. As Minas do Camaquã: Um Estudo Multidisciplinar - Meio Ambiente, História, Geologia, Pedologia, Biologia, Arquitetura, Direito. Unisinos, p.71-84, 2000.
CNCFlora. Petunia exserta in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Petunia exserta
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 28/03/2012 - 18:20:26