Data: 11-09-2012
Criterio: B2ab(ii,iii,iv)
Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Tabebuia cassinoides , conhecida popularmente como caixeta e pau-de-tamanco, é uma árvore de até 18 m de altura, aquática ou terrícola, perene e hermafrodita, com capacidade de rebroto, síndrome de polinização melitófila e dispersão anemocórica e/ou hidrocórica. É endêmica do Brasil. Apresenta AOO de 456 km², e seus hábitats de ocorrência encontram-se severamente fragmentados. Apesar de protegida por unidades de conservação (SNUC), é uma espécie bastante explorada devido ao seuuso madeireiro. Tem madeira leve, sendo considerada a segunda melhor madeira do mundo para produção de lápis, utilizada também na confecção de tamancos, instrumentos musicais e brinquedos e no artesanato. Atualmente, restam poucas subpopulações viáveis para a exploraçãocomercial. Apenas o Estado de São Paulo dispõe de legislação regulamentando sua exploração. A Resolução SMA n° 11, de 13 de abril de 1992, estabelece que apenas indivíduos com DAP maior que 15 cm podem ser cortados, e exige a manutenção de pelo menos 20 indivíduos por hectare. Entretanto, é necessária a permanência de pelo menos 75 indivíduos reprodutivos por hectare, distribuídos de forma homogênea pela área. Ademais, seria preciso garantir um ciclo de corte de 16anos. Recomendam-se investimentos em pesquisa científica e esforços de coleta a fim de verificar a existência de subpopulações, considerando a viabilidade populacional e sua proteção, além da elaboração de um plano de manejo adequado que viabilize a exploração da espécie.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.;
Família: Bignoniaceae
Sinônimos:
Nomes populares: "caixeta", "pau de tamanco", "tabebuya", "tagibibuia" (Lohmann, 2012). Descrição em Gentry (1992), diferindo de T. stenocalyx pelo tipo de polinizador (Gentry, 1992).
O valor médio da caixeta serrada foi de R$ 300,00/m³ em 2001, quase o dobro do pinus (Castro, 2002).
A espécie forma densas populações em áreas alagadas próximas ao litoral, chamadas de caixetais. Na região sudeste do Estado de São Paulo foram identificados cerca de 76 caixetais ocupando uma área de 1990 ha (Castro, 2002). Apresenta altos índices de diversidade genética, principalmente intra-populacional (Neto, 2004).
Espécie endêmica do Brasil, encontrada em todos os Estados da Região Sudeste: Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo (Lohmann, 2012), em regiões paludosas de até 30 m de altitude (Castro, 2002).
Árvore de até 18 m de altura (Gentry, 1992) encontrada na Mata Atlântica (Lohmann, 2012). Típica de ambientes alagados próximos ao mar (Gentry, 1992), preferencialmente em áreas que apresentam variação na lâmina d'água (Castro, 2002). Muitas vezes forma os chamados caixetais, com densidade maior do que 50% dessa espécie (Silva, 2000 apud Bernhardt, 2003). Polinizada por abelhas (Gentry, 1992) e dispersa pelo vento e pela água (Neto, 2004). Floresce de julho a dezembro e frutifica de outubro a março (Castro, 2002). Possuem muitas espécies de epífitas e lianas associadas (Castro, 2002). O fato da espécie constituir grandes subpopulações e ter capacidade de rebrota, indicam grande potencial para seu manejo sustentado sem a necessidade de replantio (Castro, 2002). A produção de frutos e sementes começa a ocorrer com indivíduos a partir de 3 cm de diâmetro na altura do peito e tende a aumentar a medida que a árvore cresce. A época de germinação é variável (Borges et al., 2000). Como o diâmetro mínimo de aproveitamento para corte de árvore para uso da madeira para lápis é de 7 cm (Bernhardt, 2003), a espécie pode se reproduzir antes do corte.
1.3.3.2 Selective logging
Detalhes
É uma espécie bastante explorada devido ao seu uso madeireiro (Castro, 2002) e atualmente restam poucas subpopulações viáveis para exploração comercial (Neto, 2004). Apesar disso, apenas o Estado de São Paulo possui legislação regulando a exploração dessa espécie (SMA 11, 1992). Atualmente sua exploração é menor devido a competição com madeiras de reflorestamento (como pinus) e exploração predatória de madeiras amazônicas (Castro, 2002).
1.4.2 Human settlement
Detalhes
A espécie ocorre próximo ao mar, em áreas muito visadas para a construção de condomínios (Castro, 2002).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada "Deficiente de dados" (DD) pela Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 2.
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Encontrada em diversas unidades de conservação (Snuc), como Parque Estadual da Ilha do Cardoso (SP), Reserva Biológica do Mico-Leão (BA) e Parque Estadual Rio da Onça (PR), entre outras (CNCFlora, 2012).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A exploração da madeira de caixeta está regulamentada no Estado de São Paulo pela Resolução SMA Nº 11, de 13 DE ABRIL DE 1992. A resolução estabelece que apenas indivíduos com diâmetro na altura do peito maior do que 15 cm devem ser cortados, além da manutenção de pelo menos 20 indivíduos reprodutivos por hectare. Entretanto, de acordo com Neto (2004), é necessária a manutenção de pelo menos 75 indivíduos reprodutivos por hectare, sendo distribuídos de forma homogênea pela área. De acordo com Bernhardt (2003), seria necessário que o ciclo de corte seja de 16 anos.
- LOHMANN, L.G. Bignoniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB114267>.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. Estabelece normas para exploração da Caixeta (Tabebuia cassinoides) sob regime de rendimento auto-sustentado no Estado de São Paulo, Diário Oficial do Estado de São Paulo.
- RICARDO BERNHARDT. Análise Quantitativa e Qualitativa do Crescimento de Caixeta - Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. - em Florestas Manejadas, no Município de Iguape/SP. Dissertação de Mestrado. Piracicaba, SP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2003.
- BORGES, K. H.; VIANA, V. M.; PAULO, R. A. Produção de Sementes e o Manejo da Caixeta (Tabebuia cassinoides). Scientia Florestalis, v. 57, p. 111-122, 2000.
- ROBERTA CRISTINA FERREIRA CASTRO. Análise Econômica do Manejo da Caixeta - Tabebuia cassinoides (Lam.) DC na Região do Vale do Ribeira - SP: um Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado. Piracicaba, SP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 0.
- GENTRY, A.H. Bignoniaceae: Part II (Tribe Tecomeae). Flora Neotropica, v. 25, n. 2, p. 1-370, 1992.
- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.
- MARIO CAVALLARI NETO. Efeito do Manejo na Diversidade Genética de Populações Naturais de Tabebuia cassinoides Lam (DC), por Marcadores Isoenzimáticos. Dissertação de Mestrado. Piracicaba, SP: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2004.
CNCFlora. Tabebuia cassinoides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tabebuia cassinoides
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 11/09/2012 - 02:31:13