Data: 07-08-2012
Criterio: D2
Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Virola parvifolia Ducke não é endêmica do Brasil, ocorrendo também na Venezuela. Era conhecida até pouco tempo somente pela coleta tipo, realizada em 1932, nas proximidades do município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas. Foi registrada em " Caatingas" as margens do Rio Negro. Para a população conhecida, foi identificada ao menos uma situação de ameaça (área portuária do município citado), que na ocasião de sua construção suprimiu a vegetação nativa da localidade; mesmo com o baixo esforço amostral na região onde V. parvifolia foi primeiramente coletada, algumas expedições botânicas foram empreendidas e não identificaram novas populações. Devido a sua área de ocupação restrita (AOO = 4 Km²), aliada a carência de novos registros e com ameaças plausíveis incidindo sobre a população da espécie que podem aumentar sua categoria de ameaça em um futuro próximo, a espécie foi considerada Vulnerável (VU).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb.;
Família: Myristicaceae
Sinônimos:
Descrita originalmente na obra Journal of the Washington Academy of Sciences 26: 221. 1936., a espécie é conhecida popularmente como Bicuíba, Bicuíba-branca, Bicuuba ou Ocuíba, dependendo da região ao longo do Domínio Mata Atlântica em que ocorre (Rodrigues, 2012). Até recentemente, a espécie vinha sendo identificada como V. oleifera, porém seu nome legítimo foi reestabelecido por Rodrigues (1998).
A madeira desta espécie é utilizada pela construção civil, naval e nas industrias de laminadose papel. O óleo ou sebo extraído da semente ém utilizado na fabricação de sabão e velas; esse mesmo óleo (resina extraída da casca), é conhecido como "sangue-de-bicuíba" e o dococto da casca tem aplicação medicinal (Machado, 1949). Pode ser utilizada como fonte de óleo e de alimento para avifauna. A madeira constuma ser empregada para a confecção de compensados (SBS, 2012). Foi considerada uma espécie de uso estratégico para agricultura familiar no Brasil (Brack et al., 2011).
A espécie possui frequencia de ocorrência alta entre o sul do estado da Bahia e nordeste do estado do Rio Grande do Sul (Rodrigues, 2002), especialmente em florestas primárias; foram amostrados 24 indíviduos adultos em um fragmento de cerca de 1.98 ha no Parque Estadual de Intervales, São Paulo (Zipparro; Morellato, 2005). Em levantamento empreendido em Santa Catarina, a espécie apresentou densidade de cerca de 25 indivíduos por hectare (Schorn; Galvão, 2006).
A espécie é endêmica do Brasil, com ampla distribuição no Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica, nos estados das regiões Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (Rodrigues, 2012).
Planta terrícola arbórea de médio a grande porte, com até 35 m de altura e tronco com cerca de 1m de diâmetro (Rodrigues, 2002); ocorre em Florestas Ombrófilas Densas e Estacionais Semideciduais (Rodrigues, 2009) associadas ao Domínio Fitogeográfico Mata Atlântica (Rodrigues, 2012). Aparece na mata como secundária tardia ou clímax (SBS, 2012). V. bicuhyba é dióica, e tem seus frutos predados por uma grande variedade de animais frugivoros, especialmente grandes aves como tucanos e contingídeos (Galetti et al., 2000).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência
national
Severidade
high
Detalhes
A Mata Atlântica, Domínio Fitogeográfico onde a espécie se encontra distribuída, é caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte desta região, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos formam populações isoladas de outras que se situam em outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana circundante pode significar uma barreira intransponível, o que altera de maneira irreversível o fluxo gênico entre as populações e compromete a perpetuação destas na natureza (Galindo-Leal; Câmara, 2003).
1.3.3.2 Selective logging
Incidência
national
Severidade
high
Detalhes
A espécie vem sofrendo corte seletivo devido as diversas formas de uso que sua madeira possui.
1.2.1.1 International level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada Em Perigo (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida pelo IUCN (2010).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre dentro dos limites de diversas Unidades de Conservação, de diferentes estâncias legais e categorias de proteção. São elas: RPPN Serra Bonita (BA), Reserva Florestal Vale do Rio Doce, Reserva Biológica Augusto Ruschi e Estação Biológica Santa Lúcia (ES), Estação Biológica de Caratinga (MG), Parque Estadual Intervales (SP), Parque Estadual Pico do Marumbi (PR), Reserva Biológica União (RJ) CNCFlora In: http://cncflora.jbrj.gov.br/fichas/ficha.htmlid=10198, 2011).
- RODRIGUES, W. IN: FORZZA, R.C. ET AL. Myristicaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil.
- RODRIGUES, W.A. Myristicaceae in IUCN Red List of Threatened Species. vERSION 2012.1. Disponivel em: <www.iucnredlist.org>. Acesso em: Downloaded on 24 July 2012.
- RODRIGUES, W.A. Revisão taxonômica das espécies de Virola Aubl. (Myristicaceae) do Brasil. Acta Amazonica, v. 10, p. 1-127, 1980.
CNCFlora. Virola parvifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Virola parvifolia
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 06/08/2012 - 18:29:15