Data: 10-04-2012
Criterio:
Avaliador: Danielli Cristina Kutschenko
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Cattleya amethystoglossa é uma espécie epífita ocorrente em ambiente deMata Atlântica e Caatinga exclusivamente no estado da Bahia a 600m e 1200m de altitude. Possui umaextensão de ocorrência de 81.139km². Apesar depossuir distribuição ampla e algumas ações de conservação, a espéciepossui potencial ornamental e aparentemente não ocorre em áreas protegidas. Desta forma, Cattleya amethystoglossa é uma espécie Quase ameaçada (NT), maiores estudos populacionais ede extração poderão levá-la a uma nova avaliação futuramente.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Psidium cattleyanum Sabine;
Família: Myrtaceae
Sinônimos:
Espécie descrita na obra Bot. Reg. 28, t. 1. 1842. Reconhecida pelo istmo e lobos laterais do labelo muito longos (Cruz; Borba, van den Berg, 2003).
Ramalho e Pimenta (2010), realizaram entrevistas com o gestor do Parque Natural Dom Nivaldo Monte. Eles afirmam que esse orquídea é comercializada, clandestinamente, em feiras no valor de R$20,00 e até oferecidas por R$10,00. Segundo os autores, o valor no mercado externo pode chegar a R$2.000,00.
Os resultados preliminares do estudo de Camara-Neto et al. (2007) revelaram 75 plantas e um total de 300 pseudobulbos em uma área contínua de 120 km de litoral no estado do Rio Grande do Norte. Ramalho e Pimenta (2010) realizaram estudo demográfico no Parque Natural Dom Nivaldo Monte, Natal, Rio Grande do Norte. Os autores amostraram 14 indivíduos vivos da espécie em 0,6ha e, extrapolando, estimaram um total de 1493 indivíduos para a área total do Parque (64 ha).
Espécie endêmica do Brasil, de ocorrência em Mata Atlântica, nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Espírito Santo (Barros et al., 2012).
Erva epífita, de 29-53cm de altura (Cruz; Borba; van den Berg, 2003). Segundo Camara-Neto et al. (2007) todas as populações de Cattleya granulosa estudadas ocorreram em dunas cobertas por vegetação baixa, a uma distância de 0,5 a 3 km da praia. Todas as plantas foram encontradas entrelaçadas em arbustos e bromélias e a maioria delas estavam crescendo em ramos próximos da areia.
1.4.2 Human settlement
Detalhes
Segundo Ferreira (1992) apud Camara-Neto (2007), o desenvolvimento urbano na áreas de ocorrência da espécie é uma ameaça. De acordo com Camara-Neto et al. (2007) nas duas últimas décadas, especialmente nos estados do Nordeste do Brasil, houve um "boom" na especulação imobiliária, principalmente em área perto da costa, de vegetação nativa ea restinga, o único habitat da Cattleya granulosa, que está desaparecendo rapidamente.
3 Harvesting (hunting/gathering)
Incidência
local
Detalhes
A coleta predatória realizada por colecionadores configura uma ameaça para a espécie (Ferreira, 1992 apud Camara-Neto, 2007). Ramalho e Pimenta (2010) também citam a coleta predatória da espécie no Parque Natural Dom Nivaldo Monte, com área de 64 ha em Natal, Rio Grande do Norte.
2 Invasive alien species (directly affecting the species)
Incidência
local
Detalhes
Segundo Ramalho e Pimenta (2010), durante a construção do Parque Natural Dom Nivaldo Monte, piçarro não esterilizado foi utilizado nas trilhas pavimentadas, o que introduziu um banco de sementes exóticas a mata nativa. Estas germinaram e se proliferaram na Unidade de Conservação. A ocupação destes nichos especializados pode interferir negativamente na abundância e densidade absoluta das orquídeas na Zona de Proteção Ambiental 1 (ZPA-1).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável "(VU) na Lista Vermelha da Flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1.
2.2 Awareness
Situação: needed
Observações: Camara-Neto et al. (2007) propõem estudo de mapeamento de populações da espécie que irão subsidiar dois projetos de conscientização para à extinção da coleta predatória são realizados: (a) Projeto Adote uma Orquídea, e (b) Programa O Universo de Cattleya granulosa.
5.1 Re-introductions
Situação: on going
Observações: Camara-Neto et al. (2007) realizaram projeto de reintrodução de indivíduos adultos da espécie provenientes de diferentes populações em uma Reserva Particular com o objetivo de testar a eficiência do processo. Após um ano, os indivíduos encontravam-se saudáveis e férteis. De acordo com os autores, o programa de resgate de exemplares em áreas de empreendimentos urbanos continua e esses exemplares serão reintroduzidos em Reservas Particulares.
5.7 Ex situ conservation actions
Situação: on going
Observações: Camara-Neto et al. (2007) citam que alguns anos atrás, sementes da espécie foram distribuídas a pessoas comuns que se inscreveram no programa Adote um Orquídea. De acordo com os autores, milhares de sementes também são cultivadas em laboratório. Pinto, Freitas e Praxedes (2010) também avaliaram os resultados da propagação in vitro de sementes da espécie.
1.2.1 Development
Situação: needed
Observações: Ramalho e Pimenta (2010) sugerem algumas proposições de políticas públicas para a conservação da área do Parque Natural Dom Nivaldo Monte.
- CRUZ, D. T.; BORBA, E. L.; VAN DEN BERG, C. O Gênero Cattleya Lindl., (Orchidaceae) no Estado da Bahia, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas, v. 3, n. 1/2, p. 26-34, 2003.
- JEFFREY, D. C.; ARDITTI, J.; KOOPOWITZ, H. Sugar Content in Floral and Extrafloral Exudates of Orchids: Pollination, Myrmecology and Chemotaxonomy Implication. New Phytologist, v. 69, n. 1, p. 187-195, 1970.
- GIZELLA MACHADO VENTURA. Cultivo In vitro de Orquídeas do Grupo Cattleya, em Diferentes Meios de Cultura e Irradiâncias. Tese de Doutorado. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2007.
- BREDA, L. C. S.; SILVA, R. A.; LEMOS, J. I. Acclimatization of the Cattleya labiata Lindley, Cattleya amethystoglossa Lindley & Reichenbach F. Ex Warner and Cattleya nobilor Reichenbach in Greenhouse of Botanic Garden of Brasília. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer, v. 17, p. 9-17, 2006.
- CORDEIRO, G. M.; MORAES, C. P.; MASSARO, R. ET AL. In vitro Development of Cattleya amethystoglossa Lindley X (Cattleya dupreana X Laelia purpurata Lindley) in Different Culture Media. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, v. 18, n. 1, p. 22-28, 2011.
- BARROS, F. DE, VINHOS, F., RODRIGUES, V.T. ET AL. Orchidaceae A.Juss in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=Root_.Angiospermas_.Orchidaceae_AJUS&genus=&species=&author=&common=&occurs=1®ion=&state=&phyto=&endemic=&origin=&last_level=subspecies&listopt=1&x=28&y=2>. Acesso em: 02 Fevereiro de 2012.
- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.
CNCFlora. Cattleya amethystoglossa in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cattleya amethystoglossa
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 11/06/2012 - 14:48:46